terça-feira, 4 de junho de 2013

‘’Se a cobra morder antes de ser encantada, para que servirá o encantador?”

 Certo autor tem uma série de livros que trata sobre as características marcantes da personalidade de Jesus. E uma das que mais me chama atenção é a forma como protegeu seu emocional. O livro lembra um detalhe importante: Jesus trabalhava como marceneiro, utilizando as ferramentas – prego, martelo, madeira – que um dia o matariam. Imagine só o que é acordar, ir até o quintal de sua casa começar suas atividades, quando um insight te diz dia e hora da sua morte. Um bom começo para um trauma gigante, já que Ele era feito de carne e osso como nós, não é?

Jesus sofreu também a dor da traição, mas teve sabedoria para não gerar trauma no traidor, pois sabia até onde aqueles corações aguentavam – Judas se suicidou por remorso, e não arrependimento, se tivesse se arrependido, teria sido perdoado.E nós, como lidamos com as nossas avarias? Existem pessoas tentando comprimir no tamanho de uma frase o resultado de um universo inteiro, feito de escolhas próprias, consequências externas e, principalmente, de onde se deposita a fé vital. Eclesiastes diz que “o tempo e o acaso afetam tudo”, é verdade, mas o ponto onde você olha importa muito mais do que o trajeto que o fará chegar até lá. O que impulsiona a sua vida?

Mães que justificam a doença dos filhos, mulheres e seus casamentos falidos, pessoas traumatizadas, gente que tem pavor da morte. Estou falando de pessoas que quando falam o nome "Deus", na verdade se referem a vida em geral. E vida inclui nossos erros, desequilíbrios, falta de foco - percebe como Deus pouco tem a ver com isso? São no ombro dessas pessoas que o passarinho da insensatez pousa e, com explicações medíocres, finge amenizar o sofrimento, assentindo de que ele existe, mas não derrubando o prédio de feridas construído em cima dele.

A história real, o segredo da humanidade, é que Deus criou o homem para estar perto Dele. Ele não disse que estaria dentro do homem, mas sim que entraria na casa de quem O convidasse. No Antigo Testamento, a vida era embasada na lei. Sacrificar alguns carneiros já era forma de demonstrar devoção. Ser religioso bastava. Mas após o filho de Deus passar pelo mundo, temos de ser mais sinceros. A cura virou questão de querer. Enquanto você tenta achar explicações para a doença que assolou sua casa, Ele se oferece a curá-la. Enquanto você justifica o fim do casamento, Ele diz que será o seu marido. Enquanto você procura em doutrinas o seu futuro, Ele diz para você não temer, se despir, confiar. A água do mundo molha a boca, mas fonte de água viva mata a sede de toda a alma.

Adão se justificou, mas ainda que convencesse alguém continuaria podre por dentro. Salomão, depois de uma vida com fartura e prosperidade, questionou “do que valeu a minha sabedoria?”. Viver sem foco, é verdade, é como correr atrás do vento. O maior pecado é a autossuficiência, pois se Deus quer relacionamento, querer viver sozinho é uma afronta a ele. Esse foi o erro de Lúcifer.

Temos que procurar estar protegidos, não de argumentos de livros ou psicologia popular, porque a Letra mata. Mas pelo argumento vivo, pelo Verbo que se fez carne, porque o espírito vivifica. Deus não está em todo o lugar, mas isso não significa que Ele esteja longe. Ele também não castiga ninguém, tudo de ruim o que acontece é brecha nossa. Só é necessário se prevenir, se submeter ao “Encantador” antes de ser mordido, pois depois, não há nada do que se possa fazer. 

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