A Bíblia fala de um romance entre um
povo escolhido e um Deus que o escolheu. Como em um relacionamento comum, o que
afetava diretamente um dos envolvidos influía indiretamente na relação, que
balançava. Paulo, em sua carta aos romanos, explica muito bem a situação do
humano mediante seus defeitos, limitações e qualidades, quando diz: "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço”. Hoje, o espaço da nossa mente é ocupado por
mídias, internet, televisão e devido ao tempo escasso – e às mentes cansadas,
muitas vezes incapazes de processar algo sólido – o conteúdo oferecido é vazio.
Isso vale para pobres, ricos, brancos e negros. Queríamos liberdade de
expressão, e a tornamos uma forma de enfiar culturas distintas goela a baixo e
ignorar o que é rotulado à medida que nos impede de fazer algo. Gosto da
rispidez de Renato Russo quando ele fala “Vamos celebrar a estupidez do povo,
nossa polícia e televisão”, acho que às vezes é necessário.
Afinal,
voltando ao foco do texto, temos uma situação mal resolvida aí. Quis dar o
exemplo das nossas gerações, para podermos iniciar o raciocínio: imagina só que
no Jornal Nacional, de dias em dias, fossem anunciadas profecias, difíceis de
entender a princípio. Após um tempo, elas começam a ser cumpridas. Falam de um
povo escolhido, os judeus, de um filho de Deus na terra, que viria para
purificar o mundo. E quando Ele chega: guerra. Jesus está longe de toda a
estirpe que o mundo julga que a igreja tem: não há relatos sobre sua aparência –
aliás, as imagens muito usadas pelos católicos, dizem alguns históricos, são
mentirosas, pois seria impossível um homem que frequentava desertos debaixo de
um Sol escaldante ter olhos e pele clara - mas o livro de Isaías diz que “nele não
havia formosura”. O cavalo branco, a pose de príncipe, a espada na mão...
dispensável para o que dizia ser Deus.
C.S. Lewis, poeta e escritor britânico, é
muito sábio quando relata a observância de Jesus quanto ao jejum, hábito muito
praticado pelos judeus. Ele diz: “Ninguém precisa jejuar enquanto eu estiver
aqui”. Em um tempo de muitos dogmas, ele bate na mesa e diz que ‘não’. Em
contrapartida, o ‘puro e santo filho de Deus’ foi capaz de ter contato com
leprosos, defender prostitutas, amar viúvas, cuidar de cegos, abençoar mulheres
estéreis: todos que viviam à margem de uma sociedade preconceituosa. Não porque
consentia com seus erros, mas porque amava o ‘errador’. O Cristo desafiou a
medicina, que na época dava os primeiros passos, com as curas milagrosas e a
abordagem de vida eterna; abalou as estruturas sociais se apresentando com Rei,
e lavando pés de simples galileus, invertendo os papeis sociais. Sofreu uma
morte que lhe concedeu o direito de “jogar tudo para o alto”, mas permaneceu firme
como uma rocha.
Entre Budas, Confúcios, Socrátes, Maomés, Cristo foi o único ao
dizer “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”.
Categórico, inovador e mestre no quesito “vida”. Inimigo do mundo, do sistema,
do resultado da lei. Amigo da humanidade, observador do coração, defensor da
Graça. Jesus é uma mudança brusca de roteiro de uma sociedade que, por querer
pensar em unidade, não pensa. O pregador de uma justiça inimaginável aos olhos
humanos. E o que ele quer de nós? Que os loucos confundam os sábios. Hoje, os loucos são seus seguidores, como sempre foram. Perseguidos, renegados, mas com vontade de mudar o mundo, que não mudou muito de 2013 anos para cá.
Há 2013 anos Ele nos ensinou, realmente, sobre diversos ramos relacionados à sociedade. Mas ainda hj não nos tocamos.
ResponderExcluirAo invés de coroas, os reis contemporâneos usam o vil metal como forma de poder; os médicos curam o corpo e ainda ignoram a alma pois a doença (acredito eu) tem princípio nesta; os perdidos no caminho (eu já fui) buscam as verdades nos búzios, nas mães Dinahs etc e as suas verdades são buscadas fora de si sem a coragem de, sequer, olhar no espelho.
A Bíblia é o livro mais vendido em todos os tempos....o que está havendo com a humanidade? Estão lendo a Bíblia e não estão entendendo? Será que é absurdo o que ela diz? Ou será que o comprometimento que ela implica amendronta o homem?
Parabéns pelo texto reflexivo.
Como diz o outro, “os homens não são iguais – os poucos melhores sempre carregam a humanidade nas costas“. Sempre foi assim e sempre será.
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